Bicho Ranhoso

De muitas formas se gosta, eu de muitas formas amo.
Quanto gosto quase que odeio, e normalmente não me engano
Os prazeres da carne são bem reais,
deixam-nos loucos e puros como animais.
Dois bichos travam uma luta cruel e carinhosa
Proibida, permitida e perigosa.
Um deles sobrevive o outro morre,
O que vive tenta, faz o que pode.
O bicho que morreu era tão bom, perfeito
A reencarnação a que uma deusa teria direito.
O que resistiu fica arrasado, só e muito assustado
Faz festas ao outro morto, mas este está inanimado.
Desfeito pelo mal que fez ao bem querer fazer
O bicho ranhoso destrói-se ao tudo querer ser.

EVIL escaldado de àgua fria tem medo

Passo a passo, quase sem respirar percorro a casa, com pezinhos de lã.
Devo ter um andar esquisito, meio com cara de aflito - de quem fez coisa má.
Só a carne tirou-me do semi-trance... e logo à frente do caçador principal.
Felicidade a minha, saí do torpor, foi um momento lindo, único... e quiçá banal...

A mente alimentada por uma verdadeira prova de amor,
(Pois quando a carne é amada tem outro toque cheiro e sabor...)
Abre os canais e inunda a terra ressequida do meu jardim das decisões,
De fluídos férteis que nutrem e desfloram as respostas às questões.

Nunca antes tinha estado numa casa de família, comido e pernoitado...
Nunca na minha vida, é verdade! E assim tantos dias, para mim é complicado.
Tão simples quanto isto, e o facto de contigo, bem... começa por nem saber como ser ético!
É uma mistura de perfumes exótica, uma poção com um forte conteúdo psicadélico.
Tenho algumas possíveis explicações para tal mas para já são mitos, não são verdades.
Sei só que somos pessoas mas não somos como as pessoas são, e detestamos vulgaridades.

Pequeninos diabetes enfrentamos, e sempre a sorrir
Confesso estar ansioso pelo que está para vir.
A cumplicidade arrasa, detecta a merda e extermina-a.
É feita de verdade, só sobrevive se for genuína.
Pessoas inocentes somente têm uma culpa diferente.
E facto de não ousarem errar faz delas gente doente.