segunda-feira, 29 de abril de 2013

Bondade desadaptada

Humano que é dragão
Não pode refilar!
Incendeia a emoção
E todos acaba por afastar.

Ensinamento precioso, de custo elevado.
Para o ter perdeu o que lhe era amado.
Na delícia do pós-rendimento total,
É como corte de espada de ouro, fatal.

Da sua caverna imaginária há uns tempos de novo saíu.
Pois o encontro nunca imaginado assim o exigiu.
A doçura que o chamava era tal que seu sangue parou,
E enfeitiçado pela mais bela mulher se apaixonou.

Coisa boa tua e minha. Coisa nossa de mais ninguém.
Como tudo desaparece da noite para o dia.
Roça a dor, o amor, compreensão, deleite e desdém.

Quanto maior é o ser, maior é a queda.
Quanto maior o amor, maior a perda.
Mas quando se ama sem rancor,
Nunca se apaga a chama, torna-se eterna.

Perdemos-nos em pensamentos
Vivemos algumas emoções.
Na volta sem saber traçamos estradas,
Fizemos mapas e planos detalhados,
com diversas construções.

Tudo parece alienado, bicho verde fica manchado.
Em breve auto-flagelação deixá-lo-á ensanguentado.
Ao inferno ele tem de ir, pois só o fogo de lá queima o seu interior.
Só assim ele consegue fechar a ferida que jorra sangue sem pudor.

Mas ressalve-se  aqui  que esta besta não é mau animal.
Guarda dentro de si um bem precioso, um bem ancestral.
Mesmo quando deixa tudo queimado e muita vida desgraçada
Parte dele é mau, três quartos são pura bondade desadaptada.

E quem ousa com ele se aventurar, na sua mente sombria
Acaba por para todo o sempre se iluminar com a sua luz sadia.
Coisa boa, coisa linda. Das mais doces da parte bela da vida.
Sorri cada vez mais, a tua noite está a acabar e a seguir é dia.