quinta-feira, 2 de maio de 2013

Quem bem me quer mal me conhece

Saí de casa cedo, sol a nascer
Convicta do meu sentir, do meu querer.
Entrar numa viagem encontrada,
No meio da confusão abençoada.

Conhecer um ser novo, como será?
Imaginar o encontro é coisa má.
Saciar o desconforto e a vontade
Abraçando a possível cara-metade.

Levada fui para um deserto abençoado,
Descobri que o gentil por vezes fica irado.
O tempo passa sem dele darmos conta,
Há diversão, paixão, amor e afrontas.

Promiscuas ideias maquiavélicas,
Asneiras irradiadas sem pudor algum,
Serão efeitos de drogas psicadélicas?
Assim não vejo futuro nenhum.


....


Espiei secretamente a criatura estranha.
Estudei seus hábitos, o que come e quando se banha.
Horrilipantes constatações comecei a fazer,
Cansada andava tive de me afastar daquele ser.

Estava no caminho de saída
quando algo me ocorreu:
como estará o bicho agora?
Será que sem mim morreu?

Olhei para trás mas não o consegui encontrar
Pensei... "tou fodida que ele lá não quer ficar".
Desgraçado imundo quase sempre janado...
Mandei-o dar uma volta mas continuava ao meu lado.

Dei-lhe um minuto por consideração
Seriam dois, se não fosse pior que cão:

"Coisa boa, coisa linda... não chega para te definir.
Inteligência, honestidade, saber o que se está a sentir.
Erro tanto, mais que os outros mortais...
Sou desprecavido, abuso, ouso demais.
No entanto estou em evolução
Contigo, em duas semanas serei melhor que o cão.
Entende que no fundo me estás também a ensinar
E essa é uma das mais belas formas de se amar.
E a mutua humildade de aprender é difícil de encontrar."







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